segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

2015 podia ter sido muito melhor. Mas foi o que foi

O mundo deu umas quantas voltas. E Portugal também. E a minha vida também.

Ataques terroristas em todo o mundo mataram milhares de pessoas, a crise financeira deu cabo da vida de outras tantas. Os gregos tentaram mostrar quem é que mais ordena e a Europa temeu que os franceses se virassem para um dos extremos. Milhares fugiram da guerra e tentaram uma nova vida por cá – uns receberam-nos de braços abertos, outros de punho fechado.

Perdemos Omar Sharif, Maria Barroso, Ornette Coleman, Nuno Melo, John Nash, Filipa Vacondeus, B.B. King, Mariano Gago, Gunter Grass, Manoel de Oliveira e muitos outros conhecidos e desconhecidos.

Em Portugal, assistimos ao desenrolar da Operação Marquês, à venda da TAP, à queda do império Espírito Santo, à derrota da direita e à união da esquerda, ao crescimento do PAN, à polémica dos vistos gold,… E começámos a pagar pelos sacos de plástico dos supermercados.

Muitas coisas más (vá, no meio disto tudo houve uma ou outra boa). O meu 2015 foi… Foi o que foi. Nem fabuloso, nem horrível. Tive a sorte de ser escolhida para continuar a trabalhar na empresa onde me encontro, mas perdi colegas que já eram meus amigos do peito. Tive uma gatinha durante 15 dias e entretanto arranjei outra que me dá cabo do juízo. Não consegui ver as minhas amigas mais antigas com a regularidade que queria, mas pude voltar a trabalhar com uma de quem tanto gosto. A minha família teve alguns problemas, mas conseguiu erguer a cabeça e seguir em frente, sem olhar para trás.

E depois aparece ele. O início do ano começou com os dois de costas voltadas, mas agora não nos largamos. Nessa parte não me posso queixar (suspiro profundo de quem vive nas nuvens e imersa em pensamentos pirosos).


E pronto. Tenho um feeling que 2016 vai ser melhor. Espero que o vosso também. :)  

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

10 coisas que não podem faltar no Natal

Tenho a certeza que ficava muito bonita na fotografia se dissesse que a única coisa que me interessa no Natal é a família, os amigos e o convívio. Lamento, não é verdade. Adoro os presentes, a comida, as tradições e as decorações. Podem criticar o que quiserem, mas tenho o direito de me assumir enquanto consumista com ataques súbitos (e sim, muitos deles acontecem na época natalícia).


No meu Natal, existem 10 coisas que não podem faltar. São elas:

     Família. Somos loucos, barulhentos, resmungões e muito divertidos. O avô António às 21h30 já quer ir para casa, mas obrigamo-lo a ficar pelo menos até às 01h30, altura em que já todos abriram os presentes. A mãe chega ao final da noite esgotada, depois de ter estado horas na cozinha. O pai age como se fosse um dia normal. O António igual. A Teresa quer mudar tudo à última hora e a Capitu anda aos saltos pela casa, ansiosa pela meia-noite. A tia Vera e a Carolina chegam mesmo a tempo da ceia – uma não larga o irmão e a outra cola-se à prima mais nova. E continuamos a fazer barulho, as resmungar e a divertir-nos até às tantas.
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2.    Comida. Viva o bacalhau cozido! Viva o peru recheado! Abaixo os doces natalícios! Não gosto de bolo-rei, fatias douradas, sonhos, azevias, de nenhum. O que vale é que a mãezinha faz sempre uma mousse de chocolate ou um bolo em forma de Pai Natal para a filha preferida…

3.    Presentes. Adoro dar. Adoro receber. Seja o que for. Sou a típica portuguesa desorganizada que deixa tudo para os últimos dias, mas adoro passar pelas montras e pensar ‘Isto é a cara da Helena’ ou ‘O pai tinha dito que andava à procura deste livro’. Depois de toda a correria, não há melhor do que ver que a mãe lembrou-se que eu queria um casaco novo ou que a minha amiga Filipa sabe mesmos quais os cachecóis que eu gosto.

4    Decorações e músicas. Olhar para uma casa e ver à janela uma árvore de Natal iluminada, é das coisas mais bonitas do Natal. Para além de dar prazer a quem decora, deixa também quem vê com mais um bocadinho de vontade de festejar este dia. E as músicas? Não há nada melhor do que ouvir boas versões de 'White Christmas', 'Adeste Fidelis', 'Santa Claus os coming to town', etc etc etc. Sei todas de cor!

5    Frio. Natal com 30 ºC não é Natal… Bom bom é estar um frio de rachar, para se poder acender a lareira, usar as mantas todas que existem em casa e beber chocolate quente.

6.    Mensagens. Podem ser chatas, mas as 6253 SMS e mensagens de Facebook que recebemos no dia de Natal mostram-nos que há pelo menos um dia do ano em que todas as pessoas são boas. Eu sei que não devia ser assim, mas que sejam solidárias pelo menos um dia… A vida vai acabar por ensinar-lhes que não é só no Natal que devemos ser bondosos.

7.    Melhores Amigos. Lá começa o envio de fotografias da mesa de Natal e da quantidade de presentes que estão debaixo da árvore… Não há competição mais saudável.

8.    Pai Natal. A minha irmã mais nova já não acredita no velhinho das barbas brancas. É preciso que chegue uma nova geração para voltarmos a fazer toda aquela performance que nos deixava tão nervosos (chegámos mesmo a ouvir o nosso pai na ‘amena cavaqueira’ com o São Nicolau!). Mas continuo a ter montes de Pais Natais espalhados pela casa. E vou continuar à espera que ele volte a aparecer em casa dos meus pais…

9.    Calendário de chocolate. Os meus pais continuam a oferecer-me um. Este ano tenho um com o Mickey e a Minnie a montar a árvore de Natal. And I’m proud of it!!!!


1Toda a santa festa de Natal. É jantar com os colegas de trabalho, é brunch com as amigas, é almoço com os primos, é lanche com a família do namorado… O meu calendário tem mais notas em dezembro do que no resto do ano inteiro. Mas eu espero que continue assim por muitos mais anos…

sábado, 12 de dezembro de 2015

Há tanta gente a gostar da Jota Má!!!!

De vez em quando venho aqui ao painel de estatísticas do blogger e vou ver quantas pessoas é que me andam a ler. Fiquei de boca aberta quando vi os números!

Não é que, desde que criei este blogue, já houve mais de 3000 pessoas a ler os meus textos?! Quando comecei com isto não tinha qualquer meta, mas confesso que estou impressionada com a adesão!

O texto mais lido tem quase um ano – foi o meu desejo de Boas Festas para todos. O segundo é o que escrevi para a Raquel e a Daniela, as minhas sobrinhas do coração.

Mas o mais espetacular disto tudo é a quantidade de países a que cheguei! Ao todo, tenho leitores de Portugal da Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, França, Brasil, Rússia, Reino Unido, Roménia e Suíça!! A Internet é extraordinária!!!


A todos, thank you, dank, merci, благодаря, mulțumiri, OBRIGADA! J

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Gostava de não fazer amigos no trabalho…

… assim não custava tanto quando se vão embora.

Hoje perdi vários colegas de trabalho. Entre eles, estão duas das minhas grandes amigas. Uma conheci noutro trabalho e tornou-se uma das minhas melhores amigas. A outra foi a minha companheira de gargalhadas e a minha ‘mamã’ no local de trabalho (e não só…).

Nunca é justo, mas nestes dois casos foi mais do que injusto. Por 100 mil razões que não vale a pena enumerar. O que interessa é que perdi duas colegas que me faziam rir todos os dias, que me ajudavam a lidar com as tarefas domésticas, que me davam conselhos, que me davam cigarros, que partilhavam comigo as coisas más e boas do dia-a-dia.

Há quem diga que ninguém é substituível. Há quem diga que isso são tretas. Eu não sei se são ou não são. O que eu sei é que continuo a trabalhar com pessoas maravilhosas, que para além de colegas são amigos, mas que vou sentir umas saudades gigantes da minha Bruxa e da minha Lapin.

E para que serve este texto? Para nada. Só para desabafar com alguém que o possa ler. Estou triste e não sei o que escrever. Só sei que ainda não passaram 24 horas e já estou cheia de saudades.


Que todos aqueles que ficaram sem trabalho hoje (e todos aqueles que lutam para superar situações tão más ou piores que estas) vejam um raio de sol no meio das nuvens. i tudo passa.


domingo, 15 de novembro de 2015

Welcome Miss Marple!

Sempre gostei mais de cães do que de gatos. Não tenho jeito para pegar neles, tenho medo das suas brincadeiras e as suas unhas são demasiado afiadas para o meu gosto... Mas queria ter um animal de estimação. Como a minha casa é muito (muito!) pequenina, não podia ter um cão. Falei com o meu namorado e decidimos trazer um felino para o nosso cubículo.

Esta gatinha foi encontrada no meio da rua na semana de temporal em Lisboa. Estava muito doente e, quando a apanharam, perceberam que podia não aguentar... Tinha apanhado a chamada constipação dos gatos, tinha os olhos colados, estava cansada, com fome e completamente desorientada. Sem ter visto qualquer fotografia do bicho, decidi ficar com ele. Foi para o veterinário do Arco do Cego e deram-lhe o nome Leãozinho (só descobriram depois que era fêmea). 

Esteve 14 dias internada, sempre a lutar para sobreviver. Fui visitá-la uma vez, quando ainda tinha o funil, o soro e muitas mantas e botijas de água quente para manter a temperatura (obrigada aos veterinários e enfermeiros por todo o esforço e empenho! Foram maravilhosos). 

Ontem pôde finalmente sair e vir para o seu novo lar. Estou a tentar habituar-me às brincadeiras desta bolinha de pêlo com 650 gramas, aos seus desaparecimentos (enfia-se debaixo da cama a toda a hora e está manhã fomos dar com ela atrás do frigorífico...) e às suas rotinas felinas (presenteou-nós com um pequeno chichi ao pé da televisão assim que chegou a casa. É ou não é um amor?). Campo de Ourique, apresento-vos a nova residente do bairro: Miss Marple 



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

#ohmynhami: O prazer da comida

Cozinhar ajuda a descomprimir. Pelo menos, ajuda-ME a descomprimir.

Há melhor que misturar ingredientes e fazer um bolo? Que temperar bifes? Que preparar uma massa e um molho delicioso? 

Há: Comer todos estes pratos. 

Basicamente, a vida é absolutamente deliciosa graças à comida. Fazê-la e comê-la. 




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Viva os bons livros! Viva!

Adoro televisão, sou completamente viciada. Também adoro passar algum tempo no Facebook, a ‘coscuvilhar’ as fotografias dos outros. Mas o que gosto mesmo é de ler.

Quando era bebé, o meu pai lia-me um livrinho todas as noites. Para além de uma história (sempre com uma mnemónica), tínhamos que pegar no livro com os 365 contos e ler o do dia. Ainda hoje sei algumas das histórias de cor. E espero que o meu pai não se esqueça das musiquinhas todas para cantá-las aos netos.

‘Entrai, entrai, entrai por favor. O primeiro número é do… domadooooooooor’.

Quando comecei a ler sozinha mandavam-me para a cama às 21h30 (e mesmo assim era um sortuda, 
alguns amiguinhos às 20h30 já estavam de luz apagada).  

Depois de todos os beijos de despedida, a minha irmã Teresinha (com quem dividia o quarto) caía para o lado e eu metia-me debaixo dos lençóis, com uma lanterna, a ler revistas da Turma da Mónica (Maurício de Souza) e livros do Pedrito Coelho (Beatrix Potter). Se calhar foi por causa disso que comecei a usar óculos…

Depois evoluí para os Harry Potter (J.K.Rowlling). O que eu gostava de estar sentada numa poltrona enorme que tínhamos na sala, com uma tacinha de plástico com Chocapic e a pensar no quão maravilhosa deve ser uma cerveja de manteiga!

Ao mesmo tempo, ouvia nas aulas de Português – tive uma professora maravilhosa no 5º e 6º ano – As Crónicas de Nárnia (C.S.Lewis) e O Hobbit (Tolkien). Ficava ansiosa para que chegasse a sexta-feira só para ouvir mais um capítulo.

No meio disto tudo, o meu pai enchia-me de Astérix e Obélix, Calvin e Hobbes, Mafalda, Hagar, Spirou, Tintin, Lucky Luke, Black e Mortimer, Gaston, Luluzinha,… Todas as bandas desenhadas que possam imaginar.

Com a vinda da adolescência – pronto, a idade parva – comecei a ler coisas do género ‘Não suporto a minha mãe, o que devo fazer?’ ou ‘Gosto dele e não sei como lhe dizer’. Quando fazia anos recebia ‘carradas’ de livros destas colecções. Li dois e jurei para nunca mais. Foi nessa altura que apostei no Colégio das Quatro Torres e na colecção Mistério (ambos da Enyd Blyton) – que me deixou para sempre o ‘bichinho’ dos policiais.

No secundário – ainda na idade parva, mas não tão parva… - comecei a pedir conselhos ao meu pai. Ele lá me recomendava alguns (tinha muita dificuldade em emprestar os seus livros, com medo que eu desse cabo das capas). Foi nessa altura que li ‘O Primo Basílio’ (Eça de Queirós) e ‘O Triunfo dos Porcos’  (George Orwell). Claro que nesta altura (e ainda hoje, como é óbvio) lia algumas coisas mais light, como ‘O Diário de Bridget Jones’ (Helen Fielding). Adorava e continuo a adorar.

Com a Faculdade, comecei a ler coisas que pensei não ter estofo para aguentar, como a ‘Ilíada’ e ‘A Odisseia’ (ambos de Homero), ‘Uma História da Leitura’ (Alberto Manguel), ‘A Ideologia Alemã’ (Marx. Este custou-me um bocado. Não pelo conteúdo, mas para o contexto em que tive de o ler) e ‘On Liberty’ (John Stuart Mill)

E com o crescimento surgiu também a curiosidade. Tanto em relação aos clássicos como às novidades. ‘Cem Anos de Solidão’ (G.G. Márquez), ‘Gabriela Cravo e Canela’ (Jorge Amado), ‘A Metamorfose’ (Kafka), ‘A Mãe’ (Pearl Buck), ‘No Fio da Navalha’ (Somerset Maugham), ‘O Amante de Lady Chatterley (D.H. Lawrence, que nasceu no meu dia de anos), ‘A Máquina de Fazer Espanhóis’ (Valter Hugo Mãe), ‘Para Onde Vão os Guarda-Chuva’ (Afonso Cruz), ‘Travessuras da Menina Má’ (Mário Vargas Llosa), ‘Os Pilares da Terra’ (Ken Follett), ‘Of Mice and Men’ (Steinbeck), ‘1984’ (Orwell), ‘O Grande Gatsby’ (Fitzgerald) e ‘O Retrato de Dorain Gray’ (Oscar Wilde) são apenas alguns dos que li desde então e que estão na lista dos preferidos.

E ainda me faltam tantos! Agora estou a ler ‘Dom Casmurro’ (Machado de Assis. É por causa deste livro que a minha irmã mais nova tem a alcunha Capitu). A falta de tempo e as maravilhosas séries que temos na televisão todos os dias estão a fazer com que ele esteja ao lado da cama há demasiado tempo. Mas conto dar um valente avanço brevemente. Depois segue-se ‘Número Zero’ (Umberto Eco) e ‘Mataram a Cotovia’ (Harper Lee).

É impossível dizer que tenho um livro favorito. Mesmo que tente dizer aquele que mais gosto dentro de cada género, é impossível. Cada um envolve o leitor de uma forma completamente diferente, o que impossibilita uma comparação.

Sei dizer aqueles que não gostei de ler – não vou revelar aqui, senão acho que alguns leitores iam ter uma sincope ou algo do género… Não se pode agradar a todos – mas fazer um ‘top’ dos melhores é completamente impossível. Cada um é bom à sua maneira.

Oiço cada vez mais miúdos de 12, 13, 14, 15 anos a dizer que não gostam de ler. Não fico admirada. É verdade que hoje em dia existem os computadores, os tablets, os smartphones e eles estão demasiado ocupados com tanta tecnologia. Mas a verdade é que somos animais de hábitos. A culpa é dos paizinhos, que não se deram ao trabalho de incutir a rotina da leitura, de lhes ler histórias à noite, de lhes mostrar como há histórias muito mais interessantes do que as séries infanto-juvenis do Disney Channel ou do Nickelodeon.

E atenção: Conheço muitas pessoas da minha idade que não gostam de ler. Da minha idade e mais velhas do que eu. Algumas acredito que seja mesmo falta de gosto (eu detesto correr e fazer desporto, não há nada a fazer), outras é pura preguiça e falta de hábito.


Não deixem os livros para trás. Imponham uma hora de Canal Panda e uma história pequenina a seguir ao jantar. Apresentem às crianças a banda desenhada (também há desenhos nos livros…) e tentem incutir a importância de uma boa leitura. Se a coisa resultar, preparem-se para uma conta do oftalmologista e do oculista. Mas, pelo menos, foi por uma boa causa.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A diferença entre prazer e felicidade

Hoje disseram-me algo muito interessante: "Há uma grande diferença entre o prazer e a felicidade. O prazer é algo que sentimos naquele momento. A felicidade é aquilo que construímos e que, a longo prazo, nos fará bem".

Definições óbvias, mas nas quais nunca tinha pensado.



Resta saber se valorizamos mais o momento ou se queremos apostar no futuro. Mudar às vezes é difícil, mas pode fazer-nos mais felizes. Podemos andar menos apaixonadas, mas talvez seja um sacrifício que temos de fazer.

Enganam-se os que pensam que estou a falar da vida amorosa. Nada contra os grandes prazeres fugazes e a felicidade eterna nos braços de alguém. Mas existem outros problemas na vida que, neste momento, ocupam uma parte mais significativa da minha cabeça (e do coração também),

O que se faz quando todas as hipóteses são boas e promissoras? Quando queremos tudo ao mesmo tempo e não sabemos para que lado nos devemos virar?

A ver vamos...

PS: Para uma leitura mais detalhada, aqui fica um link do Huffington Post.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A minha sobrinha do coração

Há uns anos (o tempo passa mesmo a correr…) ganhei duas sobrinhas (a Raquel e a Daniela) e duas primas (a Margarida e a Catarina). De sangue, não me são nada. De coração, são muito mais do que imaginam.

Hoje a Raquel faz 15 anos. Quando a conheci tinha 7, quase a fazer 8. E que diferença fazem estes anos! Era pequenina, envergonhada, mandava-me mensagens a perguntar se estava farta dela e quase todos os dias perguntava-me se ia a Montelavar.

A Raquel há 5 anos

Agora, a Raquel é (quase… quase…) mais alta do que eu, uma morenaça gira que arrasa corações, uma crescida que se preocupa com o cabelo, com os sapatos e o vestido, que me manda mensagens a dizer que gosta muito de mim.

Eu gosto de pessoas boas, com um bom  coração. E é exactamente isso que as minhas sobrinhas e primas são - miúdas decididas, queridas, com personalidade e bem formadas.

Margarida, Raquel e Daniela há 5 anos. Só falta a Catarina
Parabéns minha querida Raquel! Não só pelo dia de hoje, mas por tudo aquilo que és!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Avó Tina, a mulher que aprendeu a ler e escrever por amor

Os meus amigos dizem que sou "a cara chapada" da minha mãe. O meu avô acha que sou igual à minha avó materna.

A minha tia insiste que sou tal e qual o meu tio. Mas o meu pai diz que eu sou muito parecida com a minha bisavó (Leon)Tina.

Nunca me achei parecida com a avó Tina. Mas o meu pai diz que basta "apanhar o cabelo em cima e tirar os óculos" para ficar mesmo muito parecida. Continuo a não achar...

Mas fico contente com esta comparação. Não só por achar que a minha bisavó (avó da minha mãe) era uma mulher muito interessante, mas também porque é uma das muitas que admiro na minha família.

A avó Tina nasceu em 1909, em Ervideiros, no meio do Gerês. Tinha 6 irmãos e nunca foi à escola - acabou por passar a infância e a adolescência em casa, a tratar deles e a ajudar a mãe com as tarefas domésticas. Não aprendeu a ler nem a escrever, limitando-se à casa, ao campo e à família.
A avó Tina (no centro) com a mãe e o tio Dinis (um dos irmãos)

Começou a namorar com o meu avô Basílio, um homem que saiu do Gerês muito novo para 'se fazer à vida' em Lisboa. Como a distância era enorme (e no início do século XX ainda parecia maior...), a única forma de se 'verem' era através de cartas de amor. Por isso, a avó Tina decidiu pegar nos cadernos dos irmãos mais novos e aprender a ler e a escrever sozinha. "Ninguém tinha de ler as cartas que mandávamos um ao outro", chegou a dizer à minha mãe. 

E a partir daqui, seguiu-se uma história de amor, em que uma minhota 'aventura-se' até à capital, à procura de uma vida melhor e do seu amor de sempre.

Eu sei que esta é a história da maioria dos antepassados das pessoas que conheço, o analfabetismo estava espalhado por Portugal inteiro e muitos rumaram a Lisboa à procura de uma vida melhor. Mas não as vejo a elogiarem os seus antepassados, a partilharem as suas histórias, a sentirem-se orgulhosas dos feitos daqueles que tornaram possível a nossa existência. Mostrem o orgulho que têm na vossa família, partilhem acontecimentos, histórias bizarras, pequenas conquistas... 

O que há mais na minha família (nos dois lados) são histórias incríveis. E acho que não tenho de as guardar só para mim - é a partir de histórias como estas que surgem livros, filmes e músicas. Pode ser que um dia haja um livro sobre os Corais, uma música sobre os Salles Gomes e um filme sobre os Marques Alves!
A avó Tina com 90 anos

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

E assustada eu disse não...

Existem mulheres que gostam de conviver com a compostura, com o previsível, o seguro, mas matam-se por um pouco de rispidez, de inquietude e de insegurança?

Que vivem à procura do estável, mas ansiosas por encontrar o instável? Que se contentam com o neutro, mas ardem com o ácido? Que só ligam à melodia, mas caem sempre no ritmo? 

Que têm tudo previsto, mas procuram quem dê cabo dos horários, das rotinas e dos dias?

Existem mulheres que já não sabem o que lhes faz bem e o que lhes faz mal?

Eu conheço umas quantas...

terça-feira, 23 de junho de 2015

A avó Manela

Faz hoje 14 anos que morreu a avó Manela. Confesso que nem sabia a data ao certo. Sabia que era a 20s de Junho. E fiquei triste por, 14 anos depois, ainda não ter decorado a data.

Adoro todos os meus avós. O avô Manel mal conheci, mas gosto de pensar que era um tipo porreiro. Dizem que tinha um feitio difícil, mas que era também um bom companheiro. O avô António é o meu compincha. Tem um feitio 'daqueles' e não é nada dado aos abraços e beijinhos. Mas quando sabe que estou em casa dos meus pais, leva o meu queijo preferido. É a sua maneira de mostrar que gosta muito muito muito de mim. A avó Inês era a minha maluca preferida! Chocávamos várias vezes, mas eu ria-me que nem uma louca com as suas histórias e estava sempre pronta para a brincadeira! O meu pai diz que eu falo pelos cotovelos. Saí à avó Inês - temos sempre muitas coisas para dizer e forma de animar os que estão à nossa volta! 

Adorava ter conhecido o avô Manel, tenho IMENSAS saudades da avó Inês e adoro o avô António!!

Mas a avó Manela era diferente. A avó Manela só esteve comigo durante (quase) 11 anos. E chegou para marcar a minha vida mais do que qualquer outra pessoa.

Os melhores momentos que vivi foram passados no Estoril, a beber groselha na Garrett, a ir dar pão aos peixinhos, a ir ao Saloio fazer compras, a ver canais da TV Cabo (a descoberta do Cartoon Network foi uma loucura!), a fazer combinados para o almoço, a ir à loja dos sapatinhos, a ir a correr para a cama da avó porque tinha medo do quarto da tia Vera e a adormecer a ouvir a história da Cinderela (ainda hoje a oiço a contar. Parece uma coisa de contos de fadas, mas não é: oiço mesmo a descrição do vestido e dos sapatinhos com a voz da minha avó).

A avó Manela não fez nada que outra avó não fizesse pelo neto. Todas (ou quase todas) as avós são maravilhosas! Mas havia alguma coisa... Ainda hoje não sei explicar. Havia alguma coisa que fez da avó Manela a pessoa que mais me marcou até hoje.

No dia em que soube da sua morte, tinha ido andar de bicicleta pela Areia com dois amigos. A minha mãe chegou a casa de um deles para me ir buscar e não conseguiu esconder as lágrimas. Disse-me que a avó estava doente há muito tempo (eu já não a via há meses) e que tinha morrido. Não disse nada e fui até casa sem chorar, sem dizer nada. Acho que só chorei quando fiquei sozinha no meu quarto. Não quis fazê-lo à frente de ninguém. 

Não penso nela todos os dias. Fico muitos dias sem o fazer. Mas lembro-me dela muitas vezes. E aí sim, choro à vontade. Choro porque tenho muitas saudades, porque a vida não é justa, porque uma pessoa tão boa, que dedicou a vida a curar os outros, não merecia morrer tão nova e sofrer tanto. 

Não tenho, nem nunca terei, a coisa bem arrumada na minha cabeça. Puta de vida esta (ai se ela sonha que eu digo estas coisas!). 

Agora andamos nós por cá. Os filhos, os sobrinhos e os netos. Mas nenhum de nós vai conseguir ser igual à avó Manela. Porque eu nunca conheci uma pessoa tão boa quanto ela.

Tenho mesmo muitas saudades da minha avó. Acho que não quero mesmo decorar esta data.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Parabéns a mim!

Hoje estou cansada. Foi o primeiro dia de trabalho a seguir às férias. Custou-me levantar cedo, andar a correr para ir para o trabalho e sentir a moleza pós-almoço (maldita moleza pós-almoço!!). 

Mas recebi uma notícia daquelas! 

Hoje ficou provado que com trabalho e dedicação, aos poucos e poucos, o esforço é recompensado. 

Por isso, depois das tarefas da casa, sentei-me no sofá e (juro!) pensei: "Parabéns a mim".

Todas as pessoas deviam sentir esta coisa esquisita que é o estar de parabéns. Sabe tão bem! 

Agora vou tomar um duche bem quente, deitar-me e adormecer a pensar outra vez: "Parabéns a mim".

sábado, 13 de junho de 2015

Praia do Guincho. A mania de falar sem saber

Acordei cedo. Tinha de ir a correr até à Baixa para comprar um presente para o pai. Já tinha combinado que ia passar a tarde com ele - à noite ia para a bela da noite de Santo António com colegas (e amigos).

Saio de casa no caos do costume - mudar de mala, procurar sapatos, maquilhar a correr, toalha para um lado e pijama para o outro, encontrar as chaves. Fecho a porta de casa e vejo que o céu está demasiado cinzento para uma véspera de Santo António. "Tranquilo. É só uma ameaça". 

Compro os livrinhos e os CD para o pai e meto-me a andar até ao Rossio para apanhar o comboio para Sintra. Vejo mais chapéus de chuva do que óculos de sol. "Tranquilo. É só uma ameaça".

Chego a Sintra e a mãe está com o guarda-chuva na mão. "Ainda há pouco caíram umas pingas. Nada de especial". Vamos para o carro, rumo a Cascais. "Tranquilo. É só uma ameaça".

O pai está com a neura. Como tem direito ao dia, já tinha tudo planeado: almoço tardio, uns mergulhos no mar e jantar com a família. Relembrei que não estaria presente à noite. Primeiro golpe nas expectativas. O céu está prestes a dar o segundo. "Tranquilo. É só uma ameaça".

São 16:00 e ele não perdeu a esperança: Está vento, não está calor e parece que vai chover. "Vamos experimentar a Poça", diz a mais nova. "Se é para experimentar a Poça, vamos masé ao Guincho". 

Suicídio, pensa a maioria. Mas como me ensinaram, "não fales sem saber". 

Enquanto a maior parte da população portuguesa se preocupava com a roupa no estendal e as sandálias novas, eu estava na praia do Guincho - a praia do vendaval apenas com uma brisa, a praia do mar perigoso com bandeira verde, a praia que nunca tem lugares com o areal e as ondas só para mim. Para mim, para a Capitu e para o pai. Teve o dia de anos que queria, com o melhor desta vida. "Tranquilo. Foi só uma ameaça".



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Devia ser proibido acordar depois de um sonho bom

Esta noite tive um sonho maravilhoso. Uma antiga 'paixoneta' da primária voltava a aparecer e continuava a ser tudo aquilo que eu gostava. Vivi durante umas horas aquilo que, quando era pequenina, tanto queria. E adorei!!

Acordei ansiosa, a achar que tudo aquilo era verdade e (apesar de não andar descontente com a vida) fiquei triste quando me apercebi que nada disto se tinha passado.

Devia ser proibido acordar depois de um sonho bom. A desilusão é tão grande e as saudades são tantas que passamos de um estado de euforia para um outro bem mais 'negro'.

Vou continuar à espera que apareçam mais sonhos bons, mas da próxima vez vou tentar dormir durante 24 horas.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Está tudo a voltar ao início

Quando a vontade de estar um com o outro era mais forte do que sei lá o quê, as séries e os filmes já não tinham a importância que tinham e as músicas iam todas parar ao mesmo sítio.

Quando não tínhamos olhos para mais ninguém e nem sequer percebíamos que os olhos dos outros estavam postos em nós.

Quando relativizava os defeitos porque as qualidades nos deixavam na pontinha dos pés e com 'pele de galinha'.

Está tudo a voltar ao início. E sabe tão bem... É desta.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Gosto das caricaturas da vida

São sempre mais interessantes do que ela própria. Umas vezes dão vontade de rir, outras de chorar, mas pelo menos dão vontade de fazer alguma coisa.

Os amigos têm mais graça, os pais são mais histriónicos, os avós mais amorosos, os irmãos mais ridículos, os namorados mais sensíveis, os amantes mais apaixonados.

Pelo menos são todos mais qualquer coisa.

E antes mais do que menos.


Vou ali enfiar-me num sketch e já venho.

terça-feira, 24 de março de 2015

Pequenos prazeres da vida

- um jantar delicioso;
- comprar um vestido novo;
- flores novas no quarto;
- uma série de televisão viciante;
- bom sexo;
- surpresas simples;
- uma ligação inexplicável;
- mimos durante a noite;
- um bom filme;
- uma boa música;
- um bom livro;
- uma ida à praia;
- rever pessoas;
- gargalhadas;
- diversão no trabalho;
- um comentário no Facebook;
- sentir prazer.

segunda-feira, 16 de março de 2015

E se os outros fossem parvos?

Aplaudiam só para fazerem barulho.

Gritavam só para parecerem mais fortes.

Grunhiam só para provocar.

Corriam só para mostrar que conseguem.

Riam só para mostrar que percebem.

Falavam só para mostrar que existem.

domingo, 8 de março de 2015

Sou uma mulher...

- mandona;
- refilona;
- vaidosa;
- orgulhosa;
- teimosa;
- impaciente;
- precipitada;
- infantil;
- carinhosa;
- divertida; 
- atenciosa;
- apaixonada;
- em desenvolvimento.

E que este processo de desenvolvimento dure muitos mais anos, é sempre um bom sinal quando isso acontece. 

Espero também que haja um desenvolvimento no geral: que se acabe com o pressuposto de que a mulher é mais fraca (física e psicologicamente) do que o homem, que haja igualdade em termos de oportunidades profissionais e que as próprias mulheres não façam de si próprias objectos insignificantes.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O bom do cinema

Quando vim viver para Lisboa, passei a ficar sozinha durante as folgas semanais. Não tinha paciência para ir a Cascais, nem vontade de passear pela Costa, quanto mais meter-me no comboio para Sintra...
Na altura em que tinha o meu part-time ligado à música, acordava tarde, comia qualquer coisa, arranjava-me e ia para o metro para apanhar boleia (era a melhor parte do meu dia - rir, rir e mais rir, felicidade no seu estado mais simples). Depois comia qualquer coisa e ensaiava até tarde, mas a horas decentes para sair e ir beber um copo com amigos e rir mais um bocado.
Quando deixei este trabalho, tudo desapareceu - as boleias, as tardes a rir, os momentos mais divertidos, as noites ocupadas e os copos no final. 
Foi por isso que, no meio de uma espécie de depressão pós-demissão (é sempre difícil quebrar uma rotina, quanto mais quando vinha com tantos extras), decidi recorrer ao cinema. À tarde, a seguir ao jantar, à meia-noite. Eu já era fã de uma boa ida ao cinema, mas agora estou a voltar a ter noção do que já me tinha esquecido - que há coisas que se devem aproveitar, que nos ajudam a esquecer as amarguras e que sem elas a vida perde grande parte do seu interesse. 
Há quem diga que uma ida ao cinema é tão importante quanto uma sessão no psicólogo. Eu acho que é ainda melhor.
Viva o cinema! E que venham os Óscares, uma das melhores noites de trabalho!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A minha liberdade já acabou? Não faço ideia…

“A minha liberdade termina quando começa a dos outros”. Fartei-me de ouvir isto nos últimos dias, após o atentado à redacção do Charlie Hebdo. Ora bem… O que raio quer isto dizer? Colocaram esta questão durante o programa Governo Sombra e confesso que fiquei a pensar durante um bom bocado. Conclusão: Não faço ideia onde começa e acaba a minha, por isso peço desculpa se continuei a usufruir da minha liberdade depois desta ter terminado. Comecem a delinear melhor a coisa e pode ser que as pessoas não se percam pelo caminho e invadam a liberdade do vizinho.



Não consigo entender as afirmações de algumas pessoas. “Tens liberdade de expressão, não podes é ofender”. Tal como Ricardo Araújo Pereira disse no programa “não acho bem que se insulte, acho é que insultar deve ser permitido”.

Podem viver num mundo sem crítica, sem caricaturas, sem ironia, sem opiniões, onde não se pode fazer piadas sobre Fátima e alguns se sentem ofendidos com a construção de bonecos de neve (a sério, é visto na Arábia Saudita como uma prática anti-islâmica. Ora vejam). Eu cá não acho piada nenhuma a esse mundo, por isso gostava que continuassem a poder fazer piadas sobre os assuntos ‘tabu’ e pouco explorados.

Posso não achar muita graça (como acho o Nilton muito fraquinho, por exemplo, e sou louca pelo Conan O’Brien. Como adoro o Kramer do Seinfeld, mas achei as tiradas do Michael Richards sobre os negros muito infelizes) e apontar uma certa falta de gosto, mas isso não faz com que tenha o direito de calar quem quer que seja.


Continuem a desenhar e a escrever. Muitos vão detestar, mas outros agradecem.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Querer ou não querer

Tenho uma amiga chamada Madalena. A Madalena é das pessoas mais interessantes que conheço, mas é também uma pessoa muito indecisa. Passa a vida a sorrir e a ser simpática com os outros, mas quando desabafa percebe-se que vive com uma série de conflitos interiores.

Há uns tempos convidei a Madalena para ir sair. 

Ficou entusiasmadíssima! Começou a dizer que tinha uns saltos novos para estrear e um novo rímel para usar. Estava tudo decidido: Hora, local, transporte e companhias. Mas, pouco antes da hora marcada, mandou-me uma mensagem a dizer que não estava com vontade de sair de casa. Perguntei-lhe o que se passava e a resposta foi: “Nada, não si porquê, mas não me apetece”.

Mesmo assim, obriguei-a a sair de casa para ir beber um copo. A verdade é que meia hora depois de termos entrado no bar (e ainda a meio de um martini) a Madalena já estava cheia de vontade de ir para uma discoteca e ficar a dançar até às tantas.

Basicamente, a Madalena sente que precisa de um ‘empurrãozinho’, mas não gosta de o admitir a ninguém. Nem às pessoas mais próximas. Este ‘querer ou não querer’ é uma constante na sua vida. Deseja loucamente fazer algo, mas quando chega a altura de o fazer, não consegue. Sente uma falta de entusiasmo súbita, um desmoronar inexplicável que a leva a isolar-se sem que haja razões para isso.

É difícil lidar com a Madalena. Tanto é a pessoa mais extrovertida do mundo, como se ‘fecha em copas’ sem revelar nada. O que eu sei é que é preciso ‘puxar’ por ela. Não só para ir sair, mas para fazer programas diferentes, conhecer pessoas e sítios, fazer algo que não pertença à rotina. Assim que se ‘puxa’ por ela, a diversão está garantida.


Por isso, se têm amigas assim, não aceitem um ‘não’. Acreditem, elas agradecem.

PS: Quase três anos depois, voltei a este texto. A Madalena não existe. A Madalena foi a personagem que criei para mostrar como me sentia. Ninguém reparou no estado em que eu estava e eu tentei esconder durante muito tempo. Mas a tampa saltou e a sopa transbordou. Vou voltar a escrever sobre o assunto mais tarde.